segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Sistema Tamponante

O pH celular precisa ser sempre constante, pois alterações em seu valor podem alterar as estruturas moleculares presente na composição celular, assim como interferir nos processos metabólicos, que são sempre mediados por enzimas (os catalisadores de todas as reações químicas celulares).
O equilíbrio ácido/base celular existe graças à existência dos sistemas-tampão.
Segundo Brönsted, ácidos são definidos como substâncias capazes de doar prótons e bases substâncias capazes de recebe los. 
Em meio aquoso os ácidos se dissociam de sua base conjugada, que pode receber um novo próton e converter se novamente no ácido conjugado inicial, sendo essa uma propriedade muito comum nos ácidos fracos, que diferentemente dos ácidos fortes não se dissociam totalmente.
Em um sistema tamponante, quando é adicionado um álcali, o hidrogênio proveniente da dissociação do ácido fraco forma água com o grupo hidroxila da base, e quando um ácido é adicionado ao sistema, a base conjugada se liga ao hidrogênio ionizado no meio aquoso, originando o ácido fraco componente do sistema, equilibrando dessa forma o pH, que se torna teoricamente constante, uma vez que as alterações do potencial hidrogeniônico do sistema não sofre grandes alterações.



Metabolismo do Etanol

Segundo Koolman & Rohm (2005), o etanol é uma droga facilmente absorvida pelo organismo e devido suas propriedades anfípaticas, se depoisita no cerebro atuando como antagonista do glutamato e agonista do GABA (Neurotransmissor inibitorio do Sistema Nervoso Central) que causa o relaxamento muscular.

O entanol é metabolizado no fígado, mas também pode ser hidrolisado no estomago por meio da enzima alcool-desidrogenase, que catalisa essa reação, convertendo o alcool em acetaldeido (etanal), que é convertido à Acetato por meio da enzima Aldeido-desidrogenase, havendo o gasto de ATP, posteriormente o acetato é convertido em Acetil-CoA, que é o produto final do metabolismo do etanol.

A Acetil-CoA participa do ciclo do ácido citrico e da biossíntese de lipídeos.
Com o consumo abusivo de etanol, a biossíntese desses lipídeos ira tornar se excessiva e não funcional ao organismo, desencadeiando em esteatose hepática (camada de gordura no fígado), que transformara o fígado progressivamente em tecido conjuntivo e reduzira a função hepática (Koolman & Rohm 2005).

O etanol possui valor energetico de 29,4Kj, o que corresponde a uma quantidade consideravel da alimentação, especialmente em alcoolatras (Koolman & Rohm 2005).

O Consumo de Vinho e Saúde Cardiovascular

consumo de vinho ajuda a prevenir a hipertensão, que é considerada um dos principais fatores de risco contribuintes para a morbimortalidade vascular no mundo, ocorrendo em 11% da população adulta maior que 20 anos, responsável por 80% dos casos de acidente vascular encefálico (AVE) e de aproximadamente 60% dos casos de doença isquêmica do coração. Uma pessoa é considerada hipertensa quando tem uma pressão sanguínea sistólica maior que 140 mmHg e/ou pressão sanguínea diastólica maior que 90mmHg (ARAUJO; P.,W.,B. et AL, 2005).

Segundo Frankel et al. (1993), a população europeia, em especial o Sul da frança possuem baixa incidência de doenças cardíacas como a hipertenção, apesar de uma dieta rica em gorduras saturadas e tabagismo, fazendo contraste com países com hábitos de vida semelhante, onde observa se uma grande incidência de doenças cardiovasculares.

A explicação para essa baixa incidência de doenças cardíacas se da pelo grande consumo de vinho tinto, que além do álcool, possuem uma grande concentração de flavonoides, que são substancias com ação antioxidante no organismo, que evitam a oxidação dos ácidos graxos e o envelhecimento precoce (Frankel et al. 1993).

Os flavonoides, são substancias polifenólicas constituídas de 15 átomos de Carbono, que apresentam em comum na sua estrutura dois anéis aromáticos ligados a um heterociclo oxigenado, formando a estrutura C6C3C6. São de origem natural, não havendo sua biossíntese em humanos (PIETTA PG. Flavonoides as antioxidantes. J Nat Prod 2000;63:1035-42.).

Os LDLs (lipoproteínas de baixa densidade) podem ser oxidados por radicais livres ou enzimas, modificando assim sua estrutura, que passam a ter efeitos tóxicos para o endotélio dos vasos sanguíneos, promovendo a formação de placas ateroscleróticas reduzindo a rigidez arterial, deixando as artérias mais susceptíveis aos estímulos endógenos de vasodilatação, desencadeando assim no infarto do miocárdio (ARAUJO; P.,W.,B. et al, 2005).

Os flavonoides evitam a oxidação dos ácidos graxos e também ajudam a prevenir a trombose inibindo a ação dos radicais livres na formação de agregação plaquetaria. Reduzindo assim a tendência a trombose (ARAUJO; P.,W.,B. et AL, 2005).

O risco relativo para mortalidade por doença coronária cardíaca e incidência do primeiro infarto do miocárdio é aproximadamente 50% mais baixo nas pessoas que consomem muito flavonoides do que naquelas que consomem pouco (Rouse JL, Beilin LJ, Mahoney DP, Margetts BM, Armstrong B, Vandongen R. Vegetarian diet and blood pressure. Lancet 1983;2:742-3.)

Uma dieta rica em flavonoides possibilita a redução da probabilidade de vir desenvolver doenças cardiovasculares e assim usufruir de uma vida mais saudável e longa, sendo que o vinho é uma das fontes mais indicadas como fonte de flavonoides, em especial o vinho tinto, que possui grande concentração de antocianinas, que são responsáveis por conferir a sua cor escura característica (rocha avermelhada) (RIZZON, L.A. e MIELE, A., 2001).

Dessa forma, conclui se que o consumo de vinho, que é uma bebida apreciada desde a antiguidade, não só é um lubrificante social, como também promove a saúde cardiovascular. Sendo também indispensável como acompanhamento em uma boa refeição.