consumo de vinho ajuda a prevenir a hipertensão, que é considerada um dos principais fatores de risco contribuintes para a morbimortalidade vascular no mundo, ocorrendo em 11% da população adulta maior que 20 anos, responsável por 80% dos casos de acidente vascular encefálico (AVE) e de aproximadamente 60% dos casos de doença isquêmica do coração. Uma pessoa é considerada hipertensa quando tem uma pressão sanguínea sistólica maior que 140 mmHg e/ou pressão sanguínea diastólica maior que 90mmHg (ARAUJO; P.,W.,B. et AL, 2005).
Segundo Frankel et al. (1993), a população europeia, em especial o Sul da frança possuem baixa incidência de doenças cardíacas como a hipertenção, apesar de uma dieta rica em gorduras saturadas e tabagismo, fazendo contraste com países com hábitos de vida semelhante, onde observa se uma grande incidência de doenças cardiovasculares.
A explicação para essa baixa incidência de doenças cardíacas se da pelo grande consumo de vinho tinto, que além do álcool, possuem uma grande concentração de flavonoides, que são substancias com ação antioxidante no organismo, que evitam a oxidação dos ácidos graxos e o envelhecimento precoce (Frankel et al. 1993).
Os flavonoides, são substancias polifenólicas constituídas de 15 átomos de Carbono, que apresentam em comum na sua estrutura dois anéis aromáticos ligados a um heterociclo oxigenado, formando a estrutura C6C3C6. São de origem natural, não havendo sua biossíntese em humanos (PIETTA PG. Flavonoides as antioxidantes. J Nat Prod 2000;63:1035-42.).
Os LDLs (lipoproteínas de baixa densidade) podem ser oxidados por radicais livres ou enzimas, modificando assim sua estrutura, que passam a ter efeitos tóxicos para o endotélio dos vasos sanguíneos, promovendo a formação de placas ateroscleróticas reduzindo a rigidez arterial, deixando as artérias mais susceptíveis aos estímulos endógenos de vasodilatação, desencadeando assim no infarto do miocárdio (ARAUJO; P.,W.,B. et al, 2005).
Os flavonoides evitam a oxidação dos ácidos graxos e também ajudam a prevenir a trombose inibindo a ação dos radicais livres na formação de agregação plaquetaria. Reduzindo assim a tendência a trombose (ARAUJO; P.,W.,B. et AL, 2005).
O risco relativo para mortalidade por doença coronária cardíaca e incidência do primeiro infarto do miocárdio é aproximadamente 50% mais baixo nas pessoas que consomem muito flavonoides do que naquelas que consomem pouco (Rouse JL, Beilin LJ, Mahoney DP, Margetts BM, Armstrong B, Vandongen R. Vegetarian diet and blood pressure. Lancet 1983;2:742-3.)
Uma dieta rica em flavonoides possibilita a redução da probabilidade de vir desenvolver doenças cardiovasculares e assim usufruir de uma vida mais saudável e longa, sendo que o vinho é uma das fontes mais indicadas como fonte de flavonoides, em especial o vinho tinto, que possui grande concentração de antocianinas, que são responsáveis por conferir a sua cor escura característica (rocha avermelhada) (RIZZON, L.A. e MIELE, A., 2001).
Dessa forma, conclui se que o consumo de vinho, que é uma bebida apreciada desde a antiguidade, não só é um lubrificante social, como também promove a saúde cardiovascular. Sendo também indispensável como acompanhamento em uma boa refeição.